

HISTÓRIA DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DE BELÉM DE GUARAPUAVA
Guarapuava tem a sua história religiosa iniciada a partir do seu primeiro Vigário Francisco das Chagas Lima que aqui chegou com a Real Expedição de Conquista e Povoamento, em 17 de junho de 1810.
O Padre Chagas viveu em Guarapuava até 1828. Era o responsável pela catequese dos índios na região. Foi ele quem trouxe a notícia da criação oficial da Igreja Católica em Guarapuava, em 1818.
No início do século XIX, para a construção de uma igreja, o Rei, Dom João VI, primeiramente baixava um Decreto Real e depois expedia um Alvará que continha a ordem real para que a igreja pudesse funcionar. Ao criar uma paróquia criava-se uma “freguesia”: Freguesia de Nossa Senhora de Belém de Guarapuava. Não havia a separação entre a estrutura civil e a estrutura eclesiástica. O Decreto Real de criação dessa igreja é de 19 de agosto de 1818.
Em 11 de novembro de 1818, foi expedido o Alvará, onde está escrito: “Hey por bem Erigir no Lugar de Atalaya de Guarapuava hua Igreja Paroquial com o Titulo, e Invocação de Nossa Senhora de Belém”.
Esse Alvará é a certidão de nascimento da nossa igreja. Encontra-se guardado no Arquivo Metropolitano de São Paulo. Existe uma cópia, no Arquivo da Paróquia e Catedral Nossa Senhora de Belém, nas primeiras folhas do Livro Tombo número I, feita pelo Padre Chagas.
Segundo a oralidade popular, Laura Rosa de França Loures, casada com Francisco Ferreira da Rocha Loures, o Brigadeiro Rocha, prometeu construir uma igreja e doar uma imagem de Nossa Senhora de Belém, por ter sobrevivido a um ataque dos índios camé, no Rio das Mortes.
Diz-se que foi o Padre Chagas que fez a planta da Igreja e o Cônego Antônio Braga de Araújo, a partir de 1843, passou a administrar a sua construção. O término da Igreja só ocorreu em 1883.
Desde que a Freguesia se estabeleceu de modo permanente, a Igreja de Nossa Senhora de Belém tornou-se o centro temporal e espiritual de todo o território guarapuavano. A partir daí, com o Padre Chagas e demais sacerdotes que o sucederam, organizou-se e tão perfeitamente expressou-se a religião católica da povoação de Guarapuava até nossos dias.
Parafraseando Gracita Gruber Marcondes, a Igreja Matriz de Nossa Senhora de Belém, hoje Catedral Nossa Senhora de Belém, não foi somente um marco da fé católica em Guarapuava, mas, sim, a testemunha ocular da sua História!